Jesus de Nazaré

Sua existência, nascimento, morte, sepultamento e ressurreição

por Dam Filho [1]

Introdução [2]

Estamos nos aproximando do Natal, uma época na qual a figura de Jesus reaparece no centro de diversos debates. Páginas de revistas, documentários de TV e as mídias sociais levantam questionamentos acerca da pessoa de Jesus de Nazaré; quem ele realmente foi, mito ou realidade? Homem ou Deus? Essas são apenas algumas das indagações que provocam religiosos e céticos. A fim de introduzir a temática do presente texto, poderíamos fazer a seguinte pergunta: por que é importante refletir sobre a validade histórica dos relatos sobre Jesus? Os mais devotos podem dizer que é um trabalho inútil, pois a fé não precisa de “provas”. Apenas descrentes como São Tomé precisam “ver” para “crer”. Os mais céticos, por outro lado, debocham dizendo que as doutrinas cristãs são tão verídicas quantos as estórias infantis. Entretanto, acreditamos que uma análise a respeito da historicidade dos testemunhos que afirmam ser verdadeiros os eventos nos quais, nós cristãos, cremos, seja não apenas necessária, mas fundamental.

Paulo Autran, um dos maiores atores brasileiros, em uma entrevista ao programa Roda Viva [3], disse que acreditar em Deus é a mesma coisa que acreditar em Papai Noel. Esse tipo de menosprezo para com a fé cristã tem algum fundamento? É possível que estejamos acreditando em meras estórias como se fossem verídicas? Neste artigo, nossa intenção é exatamente oferecer respostas sinceras a dúvidas como essas. Iremos refletir, brevemente, a respeito de cinco pontos específicos sobre a vida Jesus de Nazaré. Pontos estes que frequentemente estão presentes em debates acerca da razoabilidade das crenças cristãs. Em primeiro lugar, Jesus realmente existiu? Em segundo, é possível que Ele tenha nascido de uma virgem? Em terceiro lugar, Ele morreu e foi sepultado assim como escreveram seus seguidores? E por último, Ele verdadeiramente ressuscitou? Passemos então a refletir sobre cada uma dessas questões.


1. Jesus realmente existiu?

Dúvidas a respeito da existência histórica de Jesus de Nazaré se tornaram mais comuns a partir do século XVIII, e nos séculos seguintes as vozes do ceticismo se tornaram mais abundantes. Mas, após alguns movimentos de busca pelo Jesus histórico, as vozes céticas diminuíram razoavelmente. Assim, perguntamos, ainda é procedente duvidar da existência de Jesus? Michael Grant, um historiador ateu, responde da seguinte maneira: “Nos últimos anos, nenhum acadêmico sério se aventurou a postular a não historicidade de Jesus, ou alguns poucos o fizeram, e eles não tiveram sucesso ao dispor de evidências muito fortes e abundantes do contrário” [4].  Como disse Grant, mesmo entre estudiosos e acadêmicos, as dúvidas sobre a existência histórica de Jesus não são mais alvo de grandes debates devido às evidências. 

Há testemunhos autênticos, tanto de judeus como de romanos, a respeito de um judeu que viveu na palestina chamado Yeshua. As evidências textuais nos escritos do historiador judeu Flávio Josefo (37-100), nos historiadores romanos Tácito (56-120 d.C.) e Suetônio (69-122 d. C.), e nas sátiras de Luciano de Samosata (120-180 d.C.), são apenas algumas das evidências da historicidade de Jesus. Existem ainda outras menções a Jesus em outras obras, mas por causa do espaço nos limitaremos aos autores citados acima.

Comecemos com Flávio Josefo, o historiador judeu que apoiou os romanos. Em sua obra, A História dos Hebreus [5], ele fez uma citação a respeito de Jesus. No entanto, essa citação, de acordo com muitos críticos, trata-se de uma adulteração cristã posterior. Muitos teólogos reconhecem que é razoável a crítica quanto à autenticidade da citação de Josefo. Todavia, essa mesma citação foi encontrada em uma tradução de seu livro para o árabe. Esta, sim, uma citação considerada autêntica, Flávio Josefo diz que: 

Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte [6].

A citação descreve muito bem, em linhas gerais, Jesus de Nazaré. Entre os judeus, não apenas Josefo, mas o próprio Talmude, o livro de comentários e das tradições dos judeus, traz uma menção a Jesus. No Sanhedrin 43ª, uma Guemará, ou seja, um comentário da Mishná (ditos dos sábios) diz que “Na véspera da Páscoa, eles penduraram o cadáver de Jesus, o Nazareno” [minha tradução {7}]. A expressão “pendurar o cadáver” se refere a crucificação. É algo digno de nota que o Talmude faça menção a Jesus, ainda que com a intenção de atacá-lo. Tanto Josefo quanto o Talmude não eram nem um pouco simpáticos no que concerne a Jesus e à sua messianidade, mas não hesitaram em nenhum momento em tratá-lo como uma pessoa histórica.

Os romanos, por sua vez, além da hostilidade acrescentaram o desprezo, no que tange a pessoa de Jesus. Uma das primeiras menções romanas ao nazareno é encontrada no historiador romano Tácito [8]. Ele escreveu que aqueles que “o povo chamava de cristãos (chrestianos [9]), Cristo, a origem de seu nome, sofreu a pena de morte por ordem de Pôncio Pilatos, no governo de Tibério” [minha tradução {10}]. De acordo com Tácito, os cristãos receberam este nome devido ao nome de seu líder, Cristo – para os romanos era um nome e não um título – o qual foi morto por ordem de Pôncio Pilatos. Tácito localiza Jesus tanto no tempo como no espaço; durante o governo do Imperador Tibério, no período da administração de Pôncio Pilatos, na região da Judeia. Outro historiador romano, Suetônio, relatou que imperador Claudio “Expulsou de Roma os judeus, sublevados constantemente por incitamento de Cresto” [11]. Suetônio afirmou que foi por causa da instigação de Cristo que os judeus estavam causando confusões em Roma e, portanto, foram expulsos – não fica claro se para Suetônio, Cristo estaria pessoalmente em Roma nesse período. De qualquer maneira, permanece a evidência textual acerca da historicidade de Jesus e seu grupo de seguidores. Luciano, um escritor de sátiras, romano – mas que escrevia em grego – de maneira sarcástica, escreveu: “Os cristãos, como sabes, adoram um homem até hoje – o personagem distinto que introduziu seus rituais insólitos e foi crucificado por isso […]” [12]. Luciano afirmou que Jesus era o líder de um movimento religioso e que ele morreu por crucificação, em concordância com os outros dois relatos romanos expostos acima. Há autênticas e robustas evidências textuais sobre Jesus fora dos Evangelhos canônicos e dos escritos judaicos.

Para concluir a reflexão sobre a primeira pergunta que lançamos no início do artigo (Jesus realmente existiu?), gostaríamos de mencionar o filósofo neoplatônico Celso [13], alguém que foi um crítico ferrenho do Messias de Israel, Jesus. Celso acusou Jesus de ser um filho bastardo, um mago que aprendera a arte da magia no Egito, um embusteiro que conseguiu apenas um pequeno grupo de seguidores, foi executado por um crime e, após sua morte, seus seguidores espalharam histórias dizendo que Ele seria o Messias e teria ressuscitado. De diversas formas Celso tentou denegrir e contradizer as crenças cristãs, mas em nenhum momento negou a historicidade de Yeshua. Poderíamos mencionar ainda outros textos, mas esses poucos, cremos ser suficientes para o que intentamos afirmar. Judeus e romanos, certas vezes críticos, outras vezes indiferentes, mas nenhum deles negou a veracidade histórica de Jesus. Yeshua foi considerado um mestre e um sábio por uns e um embusteiro por outros, mas apenas na modernidade ele foi considerado, por alguns críticos do cristianismo, como um mito.

Neste ponto, os mais céticos que porventura estejam lendo este artigo podem dizer: “Tudo bem, Jesus existiu, não há dúvida, mas ele não nasceu de uma virgem, não realizou milagres, não morreu e nem foi sepultado, e muito menos ressuscitou como descrito nos Evangelhos”. Continuemos, então, a nossa reflexão.


2. Jesus nasceu de uma virgem?

Na atualidade, a historicidade do homem Jesus não é um tema tão controverso, mas, por outro lado, o nascimento virginal – juntamente com a ressurreição – é um ponto extremamente contestado. Sejamos razoáveis, em pleno século XXI, é possível afirmarmos que alguém possa nascer miraculosamente, sem a fecundação de um óvulo por um espermatozoide? A resposta é provavelmente não. Mas a nossa reflexão não é a respeito da possibilidade de uma concepção sobrenatural qualquer, e sim a respeito da concepção de Jesus de Nazaré. Ele realmente teria sido concebido de uma maneira extraordinária e miraculosa? Antes de tratarmos essa questão, vejamos rapidamente o que significa uma ação miraculosa, ou seja, o que significa milagre.

C. S. Lewis [14] declara que milagres não são acontecimentos que violam as leis da natureza, como afirmava Hume [15]. Milagres são eventos extraordinários e raros nos quais se constatam alguma operação supranatural. Lewis declara que milagre “[…] não é de forma alguma um acontecimento sem uma causa ou sem resultados. Sua causa é a atividade de Deus: seus resultados seguem a lei natural” [16]. A concepção de Jesus, por exemplo, teve uma agência supranatural (o poder do Espírito [17]), mas tudo o mais seguiu o curso normal de uma gestação. Deixemos que Lewis [18], mais uma vez, esclareça a relação entre as leis da natureza e os milagres:

O milagre, do ponto de vista do cientista, é uma forma de manipular, adulterar, (ou, se quiser) tapear. Ele [o milagre] introduz um fator novo na situação, a saber, a força supranatural, que não fora considerada pelo cientista. Ele calcula o que acontecerá, ou o que deve ter acontecido numa ocasião no passado, na crença de que a situação, nesse ponto do espaço e tempo, seja ou tenha sido A. Mas se a força supranatural foi acrescentada, então a situação é ou foi realmente AS. E ninguém sabe melhor do que o próprio cientista que AB não pode produzir o mesmo resultado que A. A verdade necessária das leis, longe de tornar impossível a ocorrência de milagres, assegura que se o supranatural estiver operando eles devem ocorrer.

Lewis explica que se numa situação “A”, se o supranatural for levado em conta, então a situação não será apenas “A”, mas na verdade “AS” [S de supranatural]. Isto é, algo que seria considerado como fortuito, quando o supranatural é considerado então esse algo se torna intencional. Sempre que levarmos em consideração a possibilidade do supranatural, o milagre pode se fazer presente. Dito de outra forma, sempre que uma determinada causa possa sofrer alguma alteração, consequentemente os resultados serão afetados. Essa explicação é necessária para que não confundamos milagres com mágica [19]. Todavia, alguém poderia interpor, a fecundação de um óvulo sem a união entre um homem e uma mulher não seria algo mágico? Não necessariamente, como logo veremos. Por outro lado, alguém poderia alertar para a possibilidade de o texto bíblico estar sendo interpretado incorretamente. O texto não estaria fazendo uma descrição mitológica de um fato? Teceremos algumas considerações visando sanar as inquietações por trás desses questionamentos.

Primeiramente consideremos se o texto não estaria utilizando uma linguagem mitológica. Sabe-se que há relatos de grandes personagens históricas que, supostamente, teriam sido geradas através da relação de suas mães com alguma divindade. Alexandre Magno, por exemplo, teria sido fruto de sua mãe Olímpia com o próprio Zeus. Entretanto, geralmente, essas personagens eram resultado de algum tipo de conjunção carnal entre uma mulher e uma divindade ou de algum acontecimento cataclísmico. O que não ocorre, no que concerne a concepção de Jesus, pois Maria foi envolvida pelo poder de Deus, não havendo nenhum tipo de relação carnal e nem algum acontecimento meteorológico como raio (como no caso de Alexandre), vendaval ou coisa do gênero [20]. Outro ponto importante de destacar é que não é verdade que os antigos não conheciam como se dava a concepção de uma criança e, por isso, teriam um entendimento mitológico a respeito. O próprio caso da concepção de Jesus demonstra isso, pois José, o prometido de Maria, quis abandoná-la [21], pois certamente não acreditava que ela teria engravidado sem haver se relacionado com algum homem. Os povos antigos não eram tão ingênuos como imaginamos.

Alguém poderia perguntar: Mas era mesmo necessário que Jesus nascesse de uma virgem? Sim, a resposta é sim. De maneira bem resumida, poderíamos dizer que a encarnação do Filho de Deus não poderia se dar através de uma concepção natural, por isso uma intervenção miraculosa foi necessária. Entretanto, é preciso lembrar que essa doutrina, como acusam alguns críticos, não foi “inventada” para encaixar o nascimento de Jesus dentro da profecia de Isaías 7:14. O texto de Isaías diz: “Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel” (NVI). Os judeus do primeiro século não interpretavam esse texto de Isaías como referente ao Messias, mas como se referindo à nação de Israel [22]. Portanto, não haveria a necessidade de “criar” essa doutrina para tornar a messianidade de Jesus mais aceita entre os judeus, muito pelo contrário. 

E quanto à acusação de que a concepção virginal de Jesus se baseia em um erro de tradução? Bom, esse ponto não é tão difícil de explicar. É sabido que o texto sagrado amplamente utilizado pelos primeiros cristãos, incluindo Jesus e os apóstolos, era a Septuaginta (LXX[23]). No texto de Isaías 7:14, a Septuaginta traduziu da palavra hebraica ʽalmah (que significa principalmente donzela) para a palavra grega parthenos (que significa virgem). Daí a profecia se refereria a uma donzela, uma moça e não a uma virgem. No entanto, a palavra hebraica ʽalmah é utilizada com o sentido de virgem em outros trechos da Bíblia, tais como Gênesis 24:43 e Êxodo 2:8, o que invalida o argumento do erro de tradução. Por que os discípulos interpretaram Isaías 7:14 como referente ao Messias? Por que afirmariam a concepção virginal de Jesus, se isso dificultaria ainda mais a aceitação da messianidade de Jesus? Seria muito contraintuitivo inventar algo assim, e é mais provável que os discípulos tenham se sentido impelidos, pela verdade do fato – a concepção virginal – a registrá-lo, mesmo sob pena de incompreensão e rejeição.


3. Jesus morreu e foi sepultado como dizem os Evangelhos?

3.1. A Morte:

A morte de Jesus é amplamente atestada nos escritos cristão, nos quatro evangelhos canônicos e em outros diversos escritos do primeiro e segundo século. Além disso, a morte de Jesus também é mencionada por autores não cristãos, judeus e romanos. A esdrúxula teoria da conspiração que afirma que Jesus teria simulado sua morte e fugido para o Egito, com a ajuda de Pilatos, carece de autenticidade e não é levada a sério por nenhum estudioso ou acadêmico de referência. As evidências textuais não deixam dúvidas que Jesus foi condenado à morte, por crucificação, por ordem de Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério César.

Recorremos mais uma vez a Flávio Josefo, que falando sobre Jesus, afirmou que “[..] Pilatos condenou-o à crucificação e à morte” [24]. Recordamos que o historiador romano Tácito registrou que “Cristo […] sofreu a pena de morte por ordem de Pôncio Pilatos, no governo de Tibério[25]” [minha tradução]. E, mais uma vez acudindo a Luciano, somos informados que os cristãos adoravam um homem que “foi crucificado” [26]. Os registros históricos que notificam a condenação à morte de Jesus são fidedignos e categóricos. As evidências da crucificação são inegáveis. 

E quanto às motivações para a condenação e morte de Jesus, quais teriam sido? Averiguemos brevemente. As razões que levaram os líderes judeus a tramar para matar Jesus são várias, entre elas, a entrada dele em Jerusalém, como se fosse o rei davídico; seus discursos e realizações, que o apontavam como o Messias, etc. Todavia, “as autoridades judaicas tentaram matar Jesus não porque ele era um homem bom, mas porque era visto como uma ameaça política muito séria” [27]. Por causa disso, o julgamento de Jesus não seguiu os ritos judaicos, o que demonstra arbitrariedade no processo. Os judeus, entretanto, não estavam autorizados a executar criminosos, por isso levaram o caso aos romanos, acusando Jesus de se declarar rei dos judeus (título que os romanos deram a Herodes, o Grande), de ensinar o povo a se recusar pagar tributo a Roma, e de incitar um insurreição. Mesmo não tendo prova de nenhum crime, Pilatos condenou Jesus à morte, para satisfazer os líderes judeus (tentando manter a pax romana), mas se esquivou da culpa [28]

Há ainda um ponto que está relacionado com o julgamento e morte de Jesus que gostaríamos de mencionar. Alguns críticos do cristianismo acusam o relato dos evangelhos de falsidade ao registrar a libertação de Barrabás frente à condenação de Jesus. Segundo eles, não há registros históricos desse tipo de prática. Entretanto, isso não parece verdadeiro, pois Flávio Josefo escreveu que o procurador Albino, antes de ser substituído por Gésio Floro, libertou diversos criminosos, a fim de demonstrar benevolência para com os judeus [29]. Plínio, o Jovem, que foi governador imperial na Bitínia (Turquia), registrou algo a respeito de pedidos de perdão a criminosos [30]. Craig Evans explica [31]:

As evidências como um todo sugerem que os governantes romanos, assim como pelo menos um príncipe herodiano, às vezes libertavam prisioneiros […] Outro fator que respalda a historicidade do “perdão da Páscoa” é a impossibilidade de sustentar tal costume, se não tivesse havido algum. 

Os discípulos teriam sido facilmente “desmascarados” se tivessem afirmado uma farsa. Por isso, a crítica não se sustenta. A injusta condenação à morte por crucificação de Jesus de Nazaré, por ordem de Pilatos, é História; essa mesma morte ter acontecido pelos pecados de todos os homens, é Teologia (embora creiamos ser igualmente verdadeiro).

 

2. O Sepultamento

Não há dúvidas sobre a morte de Jesus, mas e quanto ao seu sepultamento, há alguma evidência da veracidade dos relatos dos Evangelhos? Examinemos a questão. Assim como no caso da morte, há teorias da conspiração a respeito do sepultamento de Jesus. Algumas dessas teorias, entretanto, fazem afirmações de acontecimentos verídicos. Como assim? – alguém poderia questionar. Há teorias que afirmam que Jesus não foi sepultado, mas foi deixado na cruz durante dias e depois seu corpo teria sido jogado em uma vala aberta para ser comido por animais [32]. Essa afirmação está baseada em algo verdadeiramente praticado pelos romanos. Eles frequentemente agiam assim com criminosos crucificados. No entanto, na Judeia, devido à importância dos rituais de sepultamento para os judeus, os romanos agiam de modo diferente [33]. A Lei, a Torah, exigia que alguém que fosse executado e depois fosse pendurado em um madeiro (como castigo público) – visto que não há registros de que Israel tenha realizado execução por crucificação antes do período helenístico – deveria ser retirado e sepultado antes do anoitecer do mesmo dia [34]. Daí que quebrar os ossos dos criminosos crucificados para que eles morressem mais rápido era algo que os romanos faziam exatamente por causa desta lei cerimonial judaica. Há evidências arqueológicas que afirmam que mesmo pessoas executadas por crimes eram sepultadas segundo os ritos judaicos [35]. Em geral, o criminoso recebia um sepultamento, mas não em um lugar de honra, não no jazigo da família. Todavia, era sepultado em algum lugar de conhecimento da família, para que, após um ano da morte, seus restos mortais pudessem ser colocados em ossários e transferido para o túmulo da família [36]. Mais uma vez, Craig Evans:

Uma vez que o conselho Judaico (ou Sinédrio) entregou Jesus às autoridades romanas para ser executado, cabia ao conselho providenciar o sepultamento adequado […] Essa tarefa foi incumbida a José de Arimateia, um membro do conselho. A narrativa dos Evangelhos está totalmente de acordo com a prática judaica, a qual as autoridades romanas respeitavam durante os tempos de paz [37].

Até aqui consideramos as evidências que afirmam a historicidade do homem Jesus, os argumentos que favorecem a sua concepção virginal como factual, os registros que atestam sua morte e sepultamento de acordo com as Escrituras Sagradas. Iremos passar agora ao tema mais rejeitado pelos céticos e ateus, a ressurreição de Jesus. 


4. Jesus realmente ressuscitou?

A ressurreição de Jesus não é meramente uma questão de fé. É totalmente razoável tentar entender o que na verdade aconteceu na Páscoa de 30 d.C. (aproximadamente). O que realmente se passou naquela manhã de domingo? Nós transmitimos a mensagem que recebemos, que Jesus ressuscitou dentre os mortos. E não apenas nós, até mesmo o grande apóstolo Paulo disse: “o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras [38], foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Reflitamos, pois, acerca dessa mensagem que tem sido transmitida por séculos.

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que no mundo antigo, entre os povos pagãos, não se aceitava a possibilidade de alguém voltar à vida depois de morto. Ainda que houvesse várias teorias que “descreviam” a vida após a morte, a ressurreição corporal era um ensinamento estranho. Os judeus, por outro lado, acreditavam em uma ressurreição corporal futura para o enfrentamento do juízo de Deus [39]. Normalmente, eles não acreditavam que alguém, antes do período escatológico, pudesse voltar à vida. Os cristãos primitivos, entretanto, desde o início afirmavam veementemente a crença na ressurreição. 

De acordo com N.T. Wright, os Evangelhos “retomam a antiga tradição oral, concebida e estabelecida firmemente na memória de diferentes contadores de história, antes que houvesse tempo para reflexão bíblica” [40]. Ou seja, embora os discípulos de Yeshua tenham afirmado que a ressurreição aconteceu para se cumprir as Escrituras, foi um acontecimento tão prontamente aceito como indubitável, que não houve tempo suficiente para que eles rebuscassem os textos que confirmavam o caráter profético da ressurreição de Cristo. Isso faz cair por terra a acusação de que os discípulos teriam “inventado” a ressurreição de Jesus a posteriori para “encaixá-lo”, mais uma vez, em uma profecia da Escritura. 

Os escritos apostólicos afirmam que o Jesus ressuscitado foi visto por mais de quinhentas pessoas [41], dentre as quais várias ainda vivam no período de escrita do Novo Testamento. Ou seja, a mensagem da ressurreição foi registrada e confirmada por muitas testemunhas oculares. “Jesus apresentou-se a eles [seus seguidores] e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo” [42]. O professor Wilbur Smith [43] declara o seguinte:

O significado da ressurreição é uma questão teológica, mas o fato da ressurreição é uma questão histórica; é possível que a natureza do corpo ressurreto de Jesus seja um mistério, mas o fato de que o corpo desapareceu do túmulo é uma questão a se decidir com base em provas históricas.

Uma crítica que se tornou bastante popular décadas atrás é que houve com os discípulos um tipo de alucinação coletiva. A não aceitação do fato da morte de seu mestre causou-lhes uma dissociação cognitiva com a realidade, levando-os, em seu estado de torpor, a acreditarem e afirmarem que Jesus ressuscitou. É importante ressaltar que nos estudos históricos, quando analisamos culturas antigas, não podemos fazê-lo levando em conta os pontos de pressão de nosso próprio tempo [44]. O movimento de Jesus não foi o único movimento de caráter messiânico que houve na Judeia de 150 a.C. a 150 d.C. Houve vários outros movimentos, e quando o líder de um desses movimentos era brutalmente executado, o que geralmente acontecia era o fim do movimento, ou, em outros casos, o grupo buscava outro candidato a messias entre os parentes do líder morto [45]. Não é porque os primeiros cristãos eram judeus que acreditaram em “um aspirante a Messias e tiveram forçosamente que dizer coisas como essas [que ele ressuscitou] depois da morte dele [46]” [minha tradução]. Não é que eles cressem que Jesus seria coroado rei, mas que por causa da morte do mestre, reinterpretaram a doutrina do Cristo e passaram a afirmar que ele ressuscitou. Definitivamente, não. Eles não aguardavam ou esperavam a ressurreição, nenhum movimento messiânico inventaria tal história. Na verdade, o fato da ressurreição fez com que eles tivessem que aceitar algo que não lhes parecia razoável. “Não estavam se negando a aceitar o fato de que haviam se equivocado todo o tempo. Pelo contrário, estavam aceitando as provas espetaculares e irrefutáveis, e reorganizando suas vidas em torno delas [47][…]” [minha tradução]. Contra tudo o que esperavam, tiveram que reconhecer: Jesus ressuscitou, “portanto ele é o Messias; ele é o verdadeiro Senhor de todo o mundo” [48].

As mulheres que foram ao sepulcro, no domingo, logo cedo, para perfumar o corpo e pranteá-lo, de acordo com o costume judaico, não foram ao túmulo na esperança de encontrar Jesus ressurreto. As mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição. No entanto, se a intenção dos apóstolos era dar credibilidade a uma narrativa falsa, cometeram um grande erro, pois no mundo antigo, uma mulher não poderia servir de testemunha. Logo, o que aconteceu foi tão impressionante que eles nem pararam para considerar esse detalhe [49]

Sepulcros dos mártires judeus eram frequentemente transformados em santuários, o que não aconteceu com Jesus (é preciso sempre lembrar que os primeiros cristãos eram majoritariamente judeus). Outro ponto importante é a ênfase primitiva dada ao domingo como um dia especial, em lugar do sábado. Tal atitude só poderia ser explicada se algo muito importante tiver ocorrido nesse dia. Algo que ainda hoje causa espanto é a disposição dos discípulos para sofrer e morrer por Cristo. Isto, todavia, aponta para a crença extremamente fundamentada na certeza da ressurreição de Jesus [50]. A ressurreição de Jesus carrega um elemento muito mais impressionante do que meramente a volta à vida de alguém que morreu (que já seria extraordinário), Tom Wright explica [ 51]:

Quando diziam que Jesus havia sido ressuscitado dentre os mortos, os primeiros cristãos não estavam dizendo, como muitos críticos supõem, que o Deus no qual acreditavam sinceramente havia decidido levar a cabo um milagre bastante espetacular, uma demonstração ainda maior de poder “sobrenatural”, do que eles haviam esperado. Não foi um favor especial feito a Jesus devido a que o seu Deus gostou mais dele do que nenhuma outra pessoa. O fato de que normalmente os mortos não ressuscitam forma parte da crença paleocristã, não é uma objeção a ela. Os primeiros cristãos insistiam em que o que havia ocorrido com Jesus era exatamente algo novo; era, de fato, o começo de toda uma modalidade nova de existência, uma nova criação. O fato de que a ressurreição de Jesus carecia, e segue carecendo, de casos análogos não é uma objeção a afirmação paleocristã. Forma parte dessa afirmação. [minha tradução].

A ressureição não trouxe apenas o nazareno de volta à vida, ela inaugurou uma nova Criação, onde Jesus é o Senhor do mundo. Ressurreição “[…] é uma maneira de dizer que a morte foi vencida e, com essa vitória, o poder daqueles que se apoiam nela foi neutralizado. [52]” O próprio Jesus certa vez disse que não deveríamos temer os que só podem matar o corpo, mas não tem nenhum poder a mais [53]. A ressurreição de Jesus fez com que os grandiosos, os césares, se sentissem “[…] ameaçados por um Senhor do mundo que havia derrotado a morte, a última arma do tirano”[54]. Os tiranos agora nada mais poderiam fazer, pois a morte foi vencida por Jesus em sua ressurreição.

Para concluir, pontuemos algo a respeito da perspectiva científica acerca da ressureição do Cristo. O físico Frank Tipler [55] desenvolve uma larga explicação sobre a física por trás da ressurreição de Jesus. No entanto, não iremos expor o argumento dele aqui por questão de espaço e de linguagem, dado que ele utiliza uma linguagem bastante técnica, com fórmulas e cálculos, que foge à nossa expertise. Tipler afirma que a “Ressurreição [de Jesus] é um processo profundamente diferente da mera ressuscitação de um cadáver”[56]. Concordando com o exposto por N. T. Wright [57], ao relatar que Jesus ressuscitou com “[…] um corpo que era ao mesmo tempo o mesmo e que, no entanto, estava transformado de alguma maneira […][58]”. [minha tradução]. Grosso modo, seria um tipo de transformação. Embora haja inúmeros modelos que especulam como se daria a física por detrás da ressurreição de Jesus, o fato é que foi um evento sobrenatural. 


Conclusão: Jesus e os mitos antigos

Gostaríamos de concluir esse texto tecendo alguns comentários, em poucas palavras, a respeito da relação da narrativa bíblica sobre Jesus com os mitos do mundo antigo. Os críticos mais eufóricos, principalmente os das redes sociais, afirmam categoricamente que Jesus é apenas uma cópia de outros mitos. Um plágio de mitos como Hórus ou Mitra. Em linha gerais, essas duas divindades (assim como outras) teriam nascido de uma virgem, no dia 25 de dezembro [59], morreram e ressuscitaram. Mas será que tudo é exatamente assim, como tão prontamente vociferam os críticos mais exaltados?  Vejamos rapidamente algo sobre o que se sabe de Hórus e Mitra. Hórus, por exemplo, não nasceu de uma virgem, pois é fruto da relação entre Ísis e Osíris. Seu pai, após ser morto e esquartejado por seu próprio irmão, Set, teria voltado à vida (por pouco tempo), depois de Ísis ter unido seus pedaços com faixas (Osíris passou a habitar o mundo dos mortos a partir de então) [60]. Mitra, por sua vez, é um culto antiquíssimo, e exatamente por isso carece de registros históricos e arqueológicos suficientes para que se possa reconstruir sua teologia. Mitra veio originalmente da Pérsia, mas encontrou espaço para seu desenvolvimento entre os soldados romanos. Dentro dos domínios do império romano, o cristianismo e o culto a Mitra conviveram por muito tempo. As verdadeiras semelhanças entre o culto a Mitra e o cristianismo são difíceis de ser precisadas. De acordo com estudiosos, uma das semelhanças digna de nota é que ambas as religiões possuem o conceito de salvação (ainda que por caminhos bem distintos)[61]. Apresentamos esses dois exemplos apenas para mostrar que é preciso ter cautela quando se faz afirmações simplistas de forma tão contundente a respeito de coisas tão complexas. Entretanto, é óbvio que estamos cientes de que as “narrativas bíblicas sobre o nascimento de Jesus, os milagres, a morte e ressurreição têm equivalentes em fábulas e lendas de heróis e milagreiros em todas as culturas do mundo” [62]. Don Richardson faz extensa defesa de que Deus, YHWH [63], de alguma maneira deixou sua marca em todos os povos, como no caso de Melquisedeque, um cananeu, que abençoou Abrão pelo Deus Altíssimo [64](El Elyon). C. S. Lewis expõe, de modo magistral, como explicações mitológicas da realidade transcendente, espalhados em diversos povos, muitos sem contato entre si, se tornam realidade em Jesus de Nazaré:

Eles [os Evangelhos] não tinham o sabor mítico e, no entanto, a própria essência que eles revelavam ao seu modo não artístico e histórico […] era precisamente a essência dos grandes mitos. Se alguma vez um mito se tornara fato, fora encarnado, teria sido exatamente assim. E nada mais em toda a literatura era exatamente assim. De certo modo, os mitos são como os Evangelhos. De outro, a história é como eles. Mas nada era absolutamente como eles. E pessoa nenhuma era como a Pessoa que eles descrevem; tão real, tão reconhecível, mesmo ao longo de todo esse abismo temporal […] Aqui, e somente aqui, em toda a extensão do tempo, o mito deve ter-se tornado fato; a Palavra, carne; Deus, Homem. Não se trata de “uma religião”, nem de “uma filosofia”. É o resumo e a realidade de todas elas [65].

Quando várias pessoas, que presenciaram um dado acontecimento, são convocadas a dar depoimento como testemunhas oculares do fato, comumente ocorre um conflito de narrativas, entretanto, isso não invalida a realidade do acontecimento. Os estudos sobre povos antigos demonstram que eles expressavam um anseio íntimo pelo divino, pelo transcendente, como uma resposta ao deslumbramento diante do incompreensível presente no mundo. A crença, desde há muito, é uma parte essencial do éthos de todas as civilizações humanas, e têm sido expressa por meio de diversas mitologias que guardam diferenças e semelhanças, mas que só podem ser realmente compreendidas, como Lewis afirma, através da história do relacionamento do Deus de Jesus, o Cristo, com a humanidade. As principais afirmações que os cristãos sustentam sobre o nascimento, a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus não são meras lendas, mas verdades que podem ser historicamente consideradas e compreendidas. 


Referências bibliográficas

CROWE, Brandon. Jesus nasceu mesmo de uma virgem? Respostas cristãs para perguntas difíceis. [audiobookThe Pilgrim].
DANIELS, Mark. A história da mitologia para quem tem pressa. Tradução: Heloísa Leal. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Valentina, 2015.
EVANS, Craig A. O grito da Morte. In: WRIGHT, N. T., EVANS, Craig A. Os últimos dias de Jesus: o que de fato aconteceu? Tradução: Valéria Lamim Delgado Fernandes. Viçosa: Ultimato, 2020.
_____. O silêncio do sepultamento. In: WRIGHT, N. T., EVANS, Craig A. Os últimos dias de Jesus: o que de fato aconteceu? Tradução: Valéria Lamim Delgado Fernandes. Viçosa: Ultimato, 2020.
GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. São Paulo: Editora Vida, 2002.
HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano.  Tradução: Anoar Aiex. Edição ACRÓPOLIS, 2006.
JOSEFO, Flavio. Antigüedades de los judíos. Spanish Edition. Editorial CLIE, 2015.
_____. História do Hebreus: de Abraão a queda de Jerusalém. Tradução: Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
LEWIS, C. S. Milagres. Tradução: Ana Schaffer. São Paulo: Editora Vida, 2010.
_____. Surpreendido pela alegria. Tradução: Eduardo Pereira e ferreira. São Paulo: Mundo Cristão, 1998.
MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredito: evidências históricas da fé cristã. Tradução; Márcio Redondo. São Paulo: Editora Candeia, 1996.
ORÍGENES. Contra Celso. Tradução: Orlando dos Reis. 2ª Ed. Editora Paulus, 2004.
REINKE, André Daniel. Os outros da Bíblia: história, fé e cultura dos povos antigos e sua atuação do plano divino. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019. [ebookKindle].
RIVER, Charles. Os Cultos Religiosos Mais Misteriosos do Mundo Antigo: A História do culto do Touro Apis, os mistérios Elêusis, e os mistérios de Mitra. Charles River Editors, 2020. [ebookKindle].
SUETONIO. 122. As vidas dos doze Césares: Julio César, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Galba, Óton, Vitélio, Vespasiano, Tito, Domiciano. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2012.
TIPLER, Frank J. A física do cristianismo: antigos mistérios da religião cristã revelados pela ciência moderna. Tradução: Arepli Teruya Eichemberg, Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 2010.
WRIGHT, N. T. A surpresa da ressurreição. In: WRIGHT, N. T., EVANS, Craig A. Os últimos dias de Jesus: o que de fato aconteceu? Tradução: Valéria Lamim Delgado Fernandes. Viçosa: Ultimato, 2020.
_____. La resurrección del Hijo de Dios: Los orígenes cristianos y la cuestión de Dios. Traducción: José Pedro Tosaus Abadía con la colaboración de Ana y Beatriz Millán Risco. España: Editorial Verbo Divino, 2008.
_____. Surpreendido pela esperança. Tradução: Jorge Camargo. Viçosa, MG: Ultimato, 2018. [ebookThe Pilgrim].

Notas

  1. Graduação em Letras-Espanhol e Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Tendo realizado estudos em Latim e Grego clássico pela mesma universidade (UERN) e em língua hebraica pelo Rosen School of Hebrew da The Hebrew University of Jerusalem.
  2. Abreviações: (n.p.) não paginado; (N.A.) nota do autor.
  3.  RODA VIVA (09/09/2002). Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=2Ype44mJo3U (1.10 min.).
  4.  BERTI, Marcelo. A figura história de Jesus Cristo. Disponível em: https://marceloberti.wordpress.com/2013/09/06/a-figura-historica-de-jesus-cristo/ Acessado em: 26/10/20.
  5.  JOSEFO, 2004.
  6.  GEISLER, 2002. p. 449.
  7.  “On passover Eve they hang the corpse of Jesus the Nazarene”. Disponível em: https://www.sefaria.org/Sanhedrin.43a?lang=bi, Acessado em 26/10/20.
  8.  Annales, Liber XV. Disponível em: https://www.thelatinlibrary.com/tacitus/tac.ann15.shtml. Acessado em 26/10/20.
  9. É necessário esclarecer que tanto a palavra “chrestianos” quanto o nome “Chrestus” são formas descuidadas de pronunciar os nomes Cristo (Christus) e cristãos (christianos) na língua latina (N.A.).
  10.  “[…] vulgus Chrestianos appellabat. auctor nominis eius Christus Tibero imperitante per procuratorem Pontium Pilatum supplicio adfectus erat”.
  11.  SUETONIO, 2012. p. 190.
  12.  GEISLER, 2002, p. 450.
  13.  ORÍGENES, 2004.
  14.  LEWIS, 2010.
  15.  HUME, 2006. 
  16.  LEWIS, 2010, p. 57.
  17.  Lucas 1:35.
  18.  Idem, p.55-56.
  19.  “Arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais […]”. Fonte: Dicionário do Google.
  20.  CROWE, [audiobook].
  21.  Mateus 1:19.
  22.  CROWE, Idem.
  23.  A tradução para o grego da Bíblia hebraica (N.A.).
  24.  GEISLER, 2002, p. 449.
  25.  TÁCITO. Annales, Liber XV. Disponível em: https://www.thelatinlibrary.com/tacitus/tac.ann15.shtml.
  26.  GEISLER, 2002, p. 450.
  27.  EVANS, 2020. p. 21.
  28.  Idem.
  29.  JOSEFO, 2015.
  30.  Plinius. Secundi Epistolarum, Liber X. Disponível em: https://www.thelatinlibrary.com/pliny.ep10.html. Acessado em 31/10/2020.
  31.  EVANS, 2020, p. 34.
  32.  EVANS, 2020.
  33.  Idem.
  34.  Deuteronômio 21:22-23.
  35.  EVANS, 2020.
  36.  Idem.
  37. Idem, p. 85.
  38.  1 Coríntios 15:3-4 (NVI).
  39.  WRIGHT, 2020.
  40. WRIGHT, 2018, n.p. 
  41. 1 Coríntios 15:6.
  42.  Atos 1:3.
  43.  Apud MCDOWELL 1996, p. 167.
  44.  WRIGHT, 2020.
  45.  Idem, 2008.
  46. Idem, p. 851. “un aspirante a Mesías tuvieran forzosamente que decir cosas como ésas después de la muerte de aquél
  47. Ibidem. “No se estaban negando a aceptar el hecho de que habían estado equivocados todo el tiempo. Por el contrario, estaban aceptando las pruebas espectaculares e irrefutables, y reorganizando sus vidas en torno a ellas […]”.
  48.  Idem, 2020, p. 115.
  49. WRIGHT, 2018. 
  50. WRIGHT, 2018. 
  51. WRIGHT, 2008. p. 865. “Cuando decían que Jesús había sido resucitado de entre los muertos, los primeiros cristianos no estaban diciendo, como muchos críticos han supuesto, que el dios en el que creían sencillamente había decidido llevar a cabo un milagro bastante más espectacular, un despliegue mayor incluso de poder “sobrenatural”, que el que ellos habían esperado. No fue un favor especial hecho a Jesús debido a que a su dios le gustó él más que ninguna otra persona74. El hecho de que ordinariamente los muertos no resucitan forma parte de la creencia paleocristiana, no es una objeción a ella. Los primeros cristianos insistían em que lo que le había ocurrido a Jesús era precisamente algo nuevo; era, en efecto, el comienzo de toda una modalidad nueva de existencia, una nueva creación. El hecho de que la resurrección de Jesús careciera, y siga careciendo, de casos análogos no es una objeción a la afirmación paleocristiana. Forma parte de esa afirmación misma.”
  52. WRIGHT, 2020, p. 109. 
  53.  Mateus 10:28.
  54.  WRIGHT, 2020, p. 122.
  55.  TIPLER, 2010.
  56.  Idem, p. 236.
  57.  WRIGHT, 2008, p. 364.
  58.  “[…] un cuerpo que era a la vez el mismo y que sin embargo estaba transformado de alguna manera […]”.
  59.  A Bíblia de nenhuma maneira afirma que Jesus teria nascido em 25 de dezembro, esta é uma tradição muito posterior, do período do imperador romano Constantino, o Grande (N.A.).
  60.  DANIELS, 2015.
  61. IVER, 2020, n.p.
  62.  REINKE, 2019, n.p.
  63.  O Tetragrama (YHWH) que representa do nome de Deus, Yaweh [Iavé] (N.A.).
  64.  RICHARDSON, 2008.
  65.  LEWIS, 1998, p. 240-241.
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